"Ainda faltam cabeça fria e racionalidade para Congresso e Governo"

Aos sete anos de idade, ele já atuava como ator infantil em uma emissora de rádio em que seu pai era radialista. Aos 15, tornou-se locutor da Rádio Independente, de Lajeado, e, anos mais tarde, graduou-se em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). A partir de então, não parou mais na carreira da comunicação. Natural de Cachoeira do Sul, foi porta-voz oficial da Presidência da República no governo de João Batista Figueiredo, entre os anos de 1979 e 1980.

Por mais de 30 anos, atuou como jornalista e apresentador de televisão da Rede Globo. Atualmente, é comentarista em 20 jornais do País e 300 emissoras de rádio pelo Brasil afora. No dia 9 de outubro, Alexandre Garcia fará a palestra inaugural do 20º Congresso de Revendedores de Combustíveis da Região Sul – Expopetro 2019, no BarraShoppingSul, em Porto Alegre. Na entrevista a seguir, ele adianta um pouco do que apresentará na abertura do evento, quando falará sobre “Conjuntura política”.   

Como você enxerga o atual cenário político-econômico brasileiro, após alguns anos de recessão econômica e diante de um novo governo federal?

Difícil sair da maior recessão da História, depois do caos “Dilma” (ex-presidente Dilma Rousseff). O condutor Paulo Guedes (ministro da Economia) está no bom caminho, mas quem decide é o Congresso, e o Governo ainda não acertou uma relação tranquila com os congressistas. Ainda faltam cabeça fria e racionalidade de parte a parte.

A partir da sua experiência profissional como jornalista, que avaliação você faz a respeito da comunicação do atual governo federal com a população e com os veículos de comunicação?

Os veículos tradicionais de informação parecem maculados por militâncias e implicâncias com o governo, movidos pela tradicional arrogância de que fazem a cabeça das pessoas e querem ser temidos. O presidente e seus mais próximos erram quando dão respostas tendentes a manter na mídia temas banais e desgastantes.

Costuma-se dizer que a imprensa é o quarto poder. Que avaliação você faz dessa frase em tempos de internet e redes sociais? O que mudou nesta relação de poder?

O “quarto poder” transferiu-se para as redes sociais, que decidiram a eleição, sobrepujando o marqueteiro e o dinheiro. É a ágora digital.

Qual é a sua opinião sobre operações como a Lava-Jato, quando divulgam imagens de prisões de políticos e de grandes empresários e/ou permitem o acompanhamento da imprensa nestas operações? Há setores da sociedade que caracterizam essas ações como exibicionismo da Polícia Federal. Qual é a sua avaliação?

As pessoas comuns sabem que os corruptos, muitas vezes, se livram com advogados pagos com o dinheiro ilícito que obtiveram, com foros privilegiados, com recursos e embargos infindáveis. (Paulo) Maluf só foi preso 25 anos depois do crime. Assim, o que resta de punição é a exposição pública do corrupto, que não pode ser sequer algemado e, se condenado, ganha uma tornozeleira da liberdade.

Como você tem visto as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) com relação a ações envolvendo prisões de ex-políticos?

Como todos: com um alto grau de decisões frustrantes, em que as leis feitas por nossos legisladores favorecem a impunidade.


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