A nova demanda da "saudabilidade"

Com mais de 20 anos de trabalho no mercado de Distribuição de Combustíveis, ela teve grande parte da carreira desenvolvida na área de Varejo de Lojas de Conveniência. Sua atuação também inclui as áreas de Treinamento, Vendas, Promoções, Merchandising, Comunicação, entre outras. Graduada em Comunicação Social pela PUC-RJ e pós-graduada em Varejo pela FGV-RJ, Giselle Valdevez estará no painel “Inovação”, no dia 10 de outubro, durante o 20° Congresso de Revendedores de Combustíveis da Região Sul, no BarraShoppingSul, em Porto Alegre. Na entrevista a seguir, ela adianta alguns detalhes do conteúdo que estará abordando no evento, especialmente relativo ao mercado de lojas de conveniência.



Em um mundo cada vez mais digital, especialmente com o crescimento do e-commerce, como incentivar as vendas físicas nas lojas de conveniência?


Entendo que este é um grande desafio para o varejo físico em geral, que hoje tem investido na experiência do cliente no ponto de vendas como uma das formas de competir com o e-commerce. O objetivo é fazer da visita do cliente uma experiência marcante, muitas vezes com iniciativas “fora da caixa”, seja com produtos, tecnologia, serviços, design/layout, ambientação, interação com a marca, atividades, etc. Tudo para atrair e surpreender o consumidor.

As lojas de conveniência devem buscar, cada vez mais, proporcionar uma experiência prazerosa de compra, em um ambiente agradável, sortido e cordial, com agilidade e qualidade de produtos e serviços. Um food service competente também representa uma vantagem competitiva para o varejista do canal, afinal um bom serviço de alimentação atrai e fideliza o consumidor.

Neste cenário de crescimento do e-commerce, a loja de conveniência tem uma característica a seu favor: a de estar sempre no caminho do consumidor, nas idas e vindas de sua rotina atribulada, sendo um ponto confortável para uma “parada estratégica”, seja para recarregar as energias ou para atender as suas urgências diárias, de fome, sede, reposição de produto na despensa.

O mercado de conveniência está em constante mudança. Exemplo disso é a variedade na oferta de produtos.



Qual é a tendência para as lojas: oferecer produtos de outros segmentos, como cosméticos, ou permanecer comercializando somente lanches, bebidas e cigarros?




Os holofotes da conveniência continuarão voltados para o food service. No Brasil, ele é um dos setores de maior crescimento no canal. A busca por soluções práticas para alimentação fora do lar, facilitando o dia a dia corrido, faz parte da realidade do consumidor. As lojas de conveniência devem oferecer essa solução, com qualidade e variedade. Um food service competente representa vantagem competitiva.

Uma tendência importante é a oferta de alimentos e bebidas saudáveis, que têm conquistado um espaço relevante na vida do consumidor moderno que se preocupa, cada vez mais, com a saúde e bem-estar. O mix de produtos das lojas de conveniência deve contemplar itens que atendam a demanda da “saudabilidade”. Outras categorias “novas” podem e devem ser trabalhadas nas lojas, como grupos convenientes ou de impulso, que complementam a cesta de compras e aumentam o ticket médio. Essa busca por novidades também é uma tendência, mas não acredito que assumirão o papel de categorias “dominantes”.

As classes geradoras de tráfego, como bebidas não alcoólicas, cigarros e cervejas, seguem com expressiva participação no mix de vendas das lojas. As categorias de impulso (bomboniere, snacks, sorvetes, etc.) também permanecem importantes na oferta da conveniência.

O mercado americano de conveniência sempre foi o modelo a ser seguido. Em tempos de globalização, este modelo ainda persiste e deve ser seguido?



Os modelos e tendências são também globalizados. Vemos boas referências de práticas na conveniência em lojas na Europa e Ásia, por exemplo, assim como no mercado americano.

Qual é o maior desafio do mercado de conveniência?



Destaco desafios atuais, sem entrar no mérito de ser “o maior”:
1) O aumento do número de players em negócios que oferecem formatos e ocasiões de consumo semelhantes às das lojas de conveniência é um desafio para o canal de conveniência em postos de serviços, no sentido de competir e disputar a preferência do consumidor. Cientes de que o consumidor precisa encontrar formas práticas e convenientes de fazer suas compras, algumas redes de supermercados têm, nos últimos anos, desenvolvido suas versões menores, como “mercados de vizinhança”, oferecendo não só produtos para pequenas compras, compras de reposição e emergência, mas também de food service. Esse modelo está em expansão. Assim, o foco na qualidade da oferta e da operação da loja de conveniência em postos de serviços se torna ainda mais importante frente à concorrência que está crescendo.
2) A busca de soluções logísticas, cada vez mais eficientes por parte das redes do mercado de conveniência, é contínua, principalmente para a operação, padronização e consistência das suas ofertas de food service. Este é um dos desafios do canal, uma vez que os volumes de entrega são menores e devem ter maior frequência, devido ao espaço reduzido de estoque e à perecibilidade de alguns alimentos.
3) As lojas de conveniência devem buscar, cada vez mais, proporcionar uma experiência prazerosa de compra, em um ambiente agradável, sortido e cordial, com agilidade e qualidade de produtos e serviços. O desafio é manter consistência e qualidade na oferta e na operação, com rentabilidade, diariamente.


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20º Congresso de Revendedores de Combustíveis da Região Sul